Adoro ir à biblioteca. É um dos meus sítios preferidos da escola. Até é difícil imaginar a quantidade de coisas diferentes que lá se podem fazer.
Certo dia, um dos nossos professores faltou a uma aula de 90 minutos, mas como não havia professor de substituição, mandaram-nos para a biblioteca. Assim que lá cheguei, sentei-me a ler o livro “Pinóquio” com o Zeca. Estava eu mergulhado naquele livro, a nadar entre as palavras, a ver alguns homens a pescar frases cómicas, quando alguém zurrou aos meus ouvidos:
- Quero dinheiro!!!- era a Zulmira.
- Não tenho.- respondi eu.
- Eu sei que tens.
- Então estás muito enganada!
- Vou fazer chantagem.- disse ela, com uma voz malvada.
- Nem penses! Toma lá a porcaria do dinheiro.- disse eu, dando-me por vencido.
Tentei voltar a ler o livro, mas já estava desconcentrado. Decidi "xeretar" o que os outros estavam a fazer, para me juntar a eles. O António escrevia uma carta de amor à sua amada, a Josefa, enquanto o Joaquim morria de inveja de não a conseguir conquistar. O Tozé vadiava de um lado para o outro, como se estivesse a dançar uma Valsa. A Miquelina, a Josefina e a Joaquina falavam, brincavam e cantavam tão alto que a Dona Rosa parou de arrumar os livros e mandou-as calar. De repente, alguém uivou: era o Tozé que andava a chatear o Mário e ele deu-lhe uma chapada com tanta força que o Tozé deu logo um berro e saiu da biblioteca, envergonhado. O Zeca foi logo atrás dele, a partir o côco a rir. Por fim, lá me lembrei de uma coisa interessante para fazer: ir para os computadores jogar Super Tux.
Um pouco antes de tocar, requisitei um livro para ler nas férias, intitulado “O Grande Guia de Como Operar o Cérebro”.
E assim foi mais uma ida à biblioteca da nossa escola, divertida como de costume.
André Fontes, nº 3 do 7º G