Como é que tão bons atores podem ter
sido “mal aproveitados” daquela maneira? Por exemplo, o Bobo, uma personagem
que, parecendo “parvo”, era inteligente e percebia realmente o que se passava,
não recebeu o destaque que merecia, no espetáculo “Leandro, Rei da Helíria”.
Houve quem dissesse que o encenador
jogou mal com alguns papéis, como o de Reginaldo, mas eu penso que foi uma das
boas maneiras que encontrou para arrancar algumas gargalhadas e cativar a
atenção deste difícil tipo de público que são os jovens.
Adorei a criatividade do encenador. O
facto de ter misturado a atualidade com os grandes marcos da história global,
nomeadamente a chamada via Skype com
William Shakespeare, um autor “imortal” que viveu há mais de quatrocentos anos,
surpreendeu-me bastante. Foi algo muito original. No entanto, é de salientar
que a atenção conseguida trouxe depois um problema: a originalidade fez com que
o público se focasse totalmente naquela cena e se perdesse com o desenvolver
demasiado rápido da história.
O final da peça desiludiu-me imenso,
pois o fim do livro de Alice Vieira é muito melhor, na minha opinião.
Resumindo e concluindo, acho que esta
“comida” precisa de um pouco mais de sal.
Sem comentários:
Enviar um comentário