terça-feira, 5 de março de 2013

Os livros que devoraram o meu pai




Elias Bonfim começou também a ler como o seu pai. Lia desde livros de terror até aos de romance, era um verdadeiro amante da leitura.
Apenas com quatro anos, leu o seu primeiro livro, mas foi aos doze que encontrou a obra perfeita: O Corpo da Língua Portuguesa. O livro contava a história de um corpo que era um pouco diferente, por ser cheio de palavras. Tinha uma espécie de tudo um pouco: adjetivos, nomes, verbos, entre outras classes. Elias parou um pouco de ler e pôs-se a pensar como seria possível existir um corpo assim, meio estranho, aportuguesado.

O rapaz ia continuar a ler mas, de repente, um furacão de letras invadiu o seu objeto predileto e levou o pequeno petiz para um tornado de palavras. Ficou meio zonzo com a queda, pois o vento do alfabeto não estava bem direcionado. Olhou à sua volta e viu que tinha entrado no Mundo do Português onde não existia vestígio de qualquer tristeza, por isso todos eram felizes. 

Primeiro encontrou a senhora Preposição que era muito teimosa, mas estava lá sempre para juntar as palavras; depois apareceu o Nome que era muito próprio mas também bastante comum e ainda se deparou com o Adjetivo multifacetado.  Estas três chavinhas da Língua Portuguesa mostraram-lhe aquele mundo e o jovem ficou maravilhado!
A certa altura da visita guiada, chegaram à casa do Verbo que era muito ativo e decidiu não os deixar passar, caso não soubessem conjugar o parente partir em todos os modos. Apesar de ser complicado, lá se “enverbaram” e acertaram.
Ao prosseguirem o caminho, pararam na casa do Determinante e do Pronome que eram irmãos, mas não iguais. Foi então que chegaram aos Grupos das Frases que os impediram de continuar. A sorte foi o Grupo Adverbial ser simplesmente pacífico e deixá-los passar. Surgiu ainda um Quantificador que servia para contar. Seguiram-se o Advérbio e a Conjunção que se foram juntar aos restantes elementos do grupo.
Em jeito de conclusão, chegaram os Tipos das Sujeito quer fossem simples, compostos ou nulos, todos eram bons amigos.
No mundo real nunca mais se ouviu falar do Elias; se calhar teve um enfarte de vogais ou até um desmaio de ditongos! A única coisa que eu e tu sabemos é que ele deve ter ficado num verdadeiro FUNGAGÁ DA LÍNGUA PORTUGUESA!


                                                                       Mariana Gomes, nº 24, 7º E

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