terça-feira, 26 de maio de 2015

Um espetáculo que tanto falava mas que tão pouco dizia





            Como é que tão bons atores podem ter sido “mal aproveitados” daquela maneira? Por exemplo, o Bobo, uma personagem que, parecendo “parvo”, era inteligente e percebia realmente o que se passava, não recebeu o destaque que merecia, no espetáculo “Leandro, Rei da Helíria”.
         Houve quem dissesse que o encenador jogou mal com alguns papéis, como o de Reginaldo, mas eu penso que foi uma das boas maneiras que encontrou para arrancar algumas gargalhadas e cativar a atenção deste difícil tipo de público que são os jovens.
         Adorei a criatividade do encenador. O facto de ter misturado a atualidade com os grandes marcos da história global, nomeadamente a chamada via Skype com William Shakespeare, um autor “imortal” que viveu há mais de quatrocentos anos, surpreendeu-me bastante. Foi algo muito original. No entanto, é de salientar que a atenção conseguida trouxe depois um problema: a originalidade fez com que o público se focasse totalmente naquela cena e se perdesse com o desenvolver demasiado rápido da história.
         O final da peça desiludiu-me imenso, pois o fim do livro de Alice Vieira é muito melhor, na minha opinião.
         Resumindo e concluindo, acho que esta “comida” precisa de um pouco mais de sal.


João Simões, nº 21, 7º D

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