Foi numa manhã de outono em que me
surgiu uma enorme vontade de escrever poesia. Estava uma brisa enfadonha, por
isso não se via ninguém na rua.
Resolvi então, pegar numa caneta e
num caderno e escrever sobre o que estava a sentir, pois a poesia ajuda-me a
não pensar no que me rodeia e faz-me sentir isolada de tudo o resto.
Ouvi baterem à porta. Era a minha
melhor amiga que estava lavada em lágrimas. No seu rosto vi a sua tristeza e
preocupação. Não me quis contar o que se tinha passado, mas convidei-a a entrar
e, com imenso cuidado nas minhas palavras, disse-lhe:
-
Sabes, a poesia ajuda-me nos momentos de tristeza e mais pura angústia.
Serve-me de inspiração no dia-a-dia.
Demorou
um pouco a responder e sem me olhar nos olhos, perguntou-me:
-
E se tudo o que pensasses ser perfeito, tal como a poesia, fosse irreal?
-
Bom, a poesia não é perfeita! Muitas das vezes somos nós que lhe damos sentido.
É através dela que me exprimo.
Ela
não disse mais nada. Apenas pegou na minha caneta e começou a escrever no meu
caderno, exprimindo-se naquela folha de papel.
Liliana Cardoso,
9ºA, nº 11
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